quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cidade perde a cada mês 68,67% da água tratada por falhas nas tubulações, aponta relatório da RHS Controls

O município de Panorama deverá desembolsar a ordem de R$ 10.297,429,52 milhões para sanar a perda de água em toda a rede danificada

 
Funcionário do setor da água trabalhando no reparo da ‘gaveta’
da tubulação de água que se rompeu na avenida Rodion
Podolsky, Centro (Foto: Alex Barreto/JR)
O Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Panorama recebeu na semana passada a conclusão do relatório técnico elaborado pela RHS Controls de Penápolis (SP), apontando falhas na rede de distribuição do município, responsável pela perda de 68,67% do volume mensal de água tratada disponibilizada para consumo.
Dentro deste percentual chamado de índice de perdas médias de distribuição, 34% é atribuído diretamente a vazamentos nos 37 km dos 95,38 km de toda a rede do município. Partes dessas tubulações defeituosas são de ferro e amianto e foram instaladas há mais de quatro décadas.
Segundo informações do DAE, Panorama possui 22 poços semi-artesianos, que diariamente puxam 485 metros cúbicos de água do solo na média de 18 horas.
Outros itens da rede além dos tubos responsáveis pelo desperdício existem também casos de registro defeituoso ou desgastado; junta ou luva corroída, desgastada ou solta; perdas e ligações irregulares ou falhas nas medições (gato).
A empresa de consultoria RHS Controls contratada ainda na gestão do então prefeito José Milanez Júnior (Ting), no valor de R$ 126.947,00 financiados pela Secretaria de Recursos Hídricos do estado de São Paulo, realizou levantamento nos meses de março, abril e maio do ano passado concluindo que, o município deverá desembolsar a ordem de R$ 10.297.429,52 milhões para sanar a perda de água em toda a rede danificada.
SEM DINHEIRO – A alternativa ‘disponível’ para a Administração Municipal é recorrer à ajuda do Governo Estadual.
“Só salva se tiver dinheiro do Estado. Chegou ao fundo do poço nosso departamento de água. Não temos de onde retirar dinheiro”, reclamou o prefeito Luiz Carlos Henrique da Cunha frente às dificuldades do departamento que acumula R$ 2.471.526,15 milhões em contas de água atrasadas até janeiro. Muitas delas cobrada na Justiça.
O valor mínimo da conta de água residencial é R$ 13 com esgoto e R$ 9 sem esgoto.
A vinda da Sabesp é uma hipótese nula em razão da existência de um processo judicial movido há 10 anos contra o setor de água e esgoto do município, segundo informou Luiz Carlos.
A incapacidade de investimentos do DAE é agravada ainda pelo déficit mensal de quase R$ 300 mil na folha de encargos. De julho a 31 de dezembro de 2014, o departamento arrecadou R$ 790.826,99 e gastou R$ 999.183,47.
Em 2014, o DAE numa medida de conter a perda de água trocou 1.300 hidrômetros, que apresentavam problemas.
“Surtiu efeito. Cerca de 30% dessas residências apresentavam vazamentos e não tinham conhecimento, por que o hidrômetro não marcava. A maioria da perda estava relacionada a uma peça na caixa de descarga do vaso sanitário, muitas pessoas desconheciam”, disse o chefe do DAE, Cleber Raposo.
Postado no Portal Regional
Jornalista quer prevenção para possível falta de água em Panorama >>>